Unknown Caller.

O vento balança a cortina branca do meu quarto, ela voa. O vento pára. A cortina branca repousa suavemente, como se nunca tivesse alçado voo anteriormente. Meus pensamentos, ao seu contrário, permanecem intactamente fervilhantes. Embora os meses passem, as estações mudem e as matérias no pré-vestibular evoluam, os pensamentos estão imutáveis. Sobre os sentimentos, não ouso proferir o mesmo. A cada capítulo encerrado nasce uma nova pessoa aqui dentro. Acho que o nome disso seria experiência - ou não. Embora eu não consiga ter tamanha hipocrisia para ignorar todos os fatos. Ao mesmo tempo, existe uma certa obrigatoriedade em agir como se nada me afetasse. Triste ilusão - risos. É evidente que em alguns - muitos - momentos pego-me com aquele costumeiro buraco no peito. Um misto de saudade, preocupação, tristeza, amor... uma falta que chega a ser peculiar de tão inexorável. Entretanto, também há aspectos positivos. Como a liberdade. Nada como uma sensação de irresponsabilidade, de não ter correntes com nada - e nem ninguém. Sem explicações, obrigações. Discussões, ciúmes. Nada disso me pertence mais, feliz ou infelizmente (ou os dois, simultâneamente).
O irônico 'Por que?' continua pairando em meus pensamentos ocasionalmente. Mesmo que a verdade seja a que programei a minha mente desde o início para esse tipo de situação, nunca controlamos nossas reações e emoções. Nesse ponto lembro do que todos sempre me disseram, dizem e sempre dirão: Incrível é o tamanho da minha força. A audácia de me fazer ter sentimentos ruins não penetrou em mim. Não senti desespero, raiva, inconformação, dor ou qualquer outro derivado destes. Me entregar seria um presente. Permaneci de pé, inabalável para toda e qualquer circunstância. Continuo sendo impertinente para com a minha vida, tendo assim sempre um sorriso no rosto. Me impondo pro mundo e seguindo em frente. Não são meia dúzia de problemas e/ou pessoas que me derrubarão. Não possuo a ilusão de que o pior já passou. Terei um tempo de folga sim, tempo em que muitos fatos podem - e vão - acontecer. Mas ainda há muita vida pela frente, muitos capítulos à serem escritos. Lidos. Encerrados. E revisados, é claro.
Apesar d'eu ser uma pessoa extremamente intensa, típica Ariana, de não fazer parte de padrões ou rótulos... tenho orgulho disso tudo. Várias coisas banais me irritam profundamente e várias outras proporcionam-me felicidade. Sou psicótica, sou difícil. Porém, me aceito. Tenho meus milhares de erros. Quando confio em alguém, confio demais. Quando gosto, gosto demais. E quando me machucam, dói mais do que deveria doer. Mas por outro longo tempo, me fecharei além do necessário. Não acreditarei mais nas pessoas e só dependerei de mim mesma. Como sabiamente dizia o grande Renato Russo: "Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá. Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar. Tem gente enganando a gente, veja nossa vida como está. Mas eu sei que um dia a gente aprende. Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo. Quem acredita sempre alcança." (...)

Após meses digo isso tudo que queria pôr pra fora desde o início. Somente outro registro de mais um capítulo encerrado - e de outro iniciado. Semana que vem completo minhas 19 primaveras. Num dia que tem tudo pra ser magnífico. Longe dos meus problemas. Ironicamente perto da causa de alguns deles. Mas a influência disso sobre mim teve o seu fim. Como todo carnaval. Como toda primavera. Como tudo.

Florence + The Machine @ Heavy In Your Arms.

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