Knock knock.

Feliz. A própria palavra já transforma pensamentos. E hoje me define. Ou pelo menos somente um pedacinho de tudo. Esse tudo pode sim ser arriscado, mas tenho sido tão feliz. Aprendendo a sonhar de novo, a passar por cima do passado. E mesmo assim, aprendendo a não ter sentimentos ruins para com o mesmo. Tudo caminhando propiciamente bem, sempre surpreendendo. É diferente, os ares são calmos... tranquilos. Os sentimentos sempre crescentes. Sonhos, planos, desejos, histórias, diferenças, mudanças, semelhanças. O universo cósmico, não é? Sinto-me livre, feliz. Leve. Com a esperança estampada no rosto. Dormir feliz, acordar feliz. E sonhar com mais felicidade ainda. Lembrar dos meus sonhos nada convencionais, rir de mim mesma. E simultâneamente notar o quanto mudei. Olho para tudo com um grau de maturidade que nunca sequer imaginei um dia ter nos meus - poucos - 18 anos. Tenho noção do risco, até de uma certa insanidade. Mas recuso-me a desistir por medo do incerto. Afinal, o que não é incerto? Fugir sempre foi uma alternativa covarde. Mesmo que o medo realmente exista, tenho ciência que pelo menos metade dele provém das minhas estúpidas inseguranças.

Chego até a ter vontade de rir de alguns pensamentos que cheguei a cogitar há alguns dias, com respeito a minha inconstante
personalidade. Incrível é a capacidade do ser humano de querer ferir o próximo. Seja por prazer ou dor. Não excluo-me disso, de maneira alguma. Mas incrível também é conseguir enxergar diferenças. Notório é o bem que certos fatos provocam. Chego a sentir orgulho da pessoa que me torno a cada dia que passa. Sabendo a imensidão de lições que ainda tenho que aprender, mas que chegarão todas em seus devidos tempos. Claro que nem tudo são flores (nunca, né), mas é vital continuar tendo força. Por mais que em alguns dias o mundo tente te colocar para baixo, que algumas pessoas insistam em ter atitudes ocasionadas por desânimo e negativismo. É continuar seguindo com a cabeça erguida, por mais que seja difícil.

Continuo sim tendo fé nos que me rodeiam, nos que ainda
ei de conhecer pelos caminhos tortos da vida. Continuo tendo fé em mim. E tendo fé em Deus. Coloco meu destino nas mãos Dele, para continuar me guiando, iluminando as escolhas que somente eu posso e poderei fazer. Esse ano foi definitivamente um ano de aprendizado, em diversos aspectos. E continuará sendo até o seu último suspiro. Já estamos na reta final de Outubro. Que remete-me ao fato de que estamos na melhor época do ano. A esperança inunda o meu ser, de ponta a ponta. Mesmo que em alguns momentos, insistentemente, eu queira colocar a venda da insegurança nos olhos. Aliás, devo ressaltar agradecimentos sem fim pela paciência que me rodeia. Acordo procurando ser melhor e a abandonar cicatrizes que não têm propósito em existir em mim. E que definitivamente não condizem com tudo que vem acontecendo.

Hoje sinto-me em paz, com um toque divino no coração.
Independente de qualquer crença, religião ou cultura. A fé é sempre a mesma, o Deus é sempre o mesmo. Aquela força maior, divina, que sempre estará presente no interior de cada um. Pronta para tirar qualquer pessoa do fundo do poço, pronta para lhe colocar novamente em um bom caminho. Nunca me imaginei escrevendo sobre isso, na verdade nunca me imaginei tão tranquila. Sentimentos bons atraem sentimentos bons. Não sinto mais ódio, muito menos desejo de vingança. Sinto felicidade. E sinto amor. Posso ser estúpida por não - querer - medir as consequências de minhas insanidades, mas isso é meu. Opto por ser assim e acho que nenhum sonho torna-se realidade sem uma pitada de ousadia e loucura.

"Anoiteça o que anoitecer, coração aberto."


Jack Johnson @ Better Together.

Burn.

Previsível. Completamente previsível. Em momentos que a vulnerabilidade avança sem deixar vestígios, acontecem os ataques. Mas para todo ataque há um contra-ataque. Como nunca fui boa em jogar War, logo não tenho métodos eficazes de estratégia. Então deixo tal contra-ataque na mão de quem tudo julga e tudo vê: Deus. (...)

Enquanto caminhava para casa, olhava para o vasto céu nublado. Sentindo o vento salgado, proveniente dos oceanos, cortar a minha pele. Com a visão embassada. Com os pensamentos desnorteados. Agora parece-me distante, mas no momento a dúvida corroía minhas delicadas ilusões. Na realidade, 'ilusões' não se aplica ao que quero expressar. Minhas delicadas filosofias. Sim, agora sim. Realmente cheguei a questionar-me se aquela era eu. E corri. Até meus pulmões exprimirem suas dores mais profundas, provocadas pela falta de fôlego e oxigenação correta. Eram dores múltiplas. A alma exprimia sua dor simultaneamente. E a razão... Diferente do que pensariam (até do que eu mesma pensaria), era só por um misto de narcisismo dilacerado com uma leve pitada de decepção. Mas uma decepção de constatação, que hoje é indiferente ao meu discernimento do que aconteceu. Nunca houve um conhecimento profundo, e sim um interesse oportuno - e esporádico.
Minha definição sempre provém do inverso. E o inverso não é incorreto - neste oblíquo caso. Confesso que senti-me tentada a ser previsível. Não. Constatei que, além de ser esse o propósito primário, minha alma não merece ser manchada por tais sentimentos ruins. Os mesmos que - como ensinados - ferem, destroem e exterminam. Os próximos - e a mim mesma. Sinto-me mais delicada do que nunca havia sentido em possibilidades remotamente parecidas. E mais humana. E, talvez, com a alma um pouco mais translúcida (...).

Chamas consomem tudo lenta e silenciosamente, em meio a escuridão proporcionada pela noite. O fogo reflete em meus olhos, consumidos pelo ardor da destruição. Enquanto observo minuciosamente o nascimento das cinzas, minh'alma torna-se leve. A cortina negativa que cegava-me havia sido destruída. Compreendi que, até então, havia sim agido de maneira nobre. Não só nobre... mas genuinamente afável. Apesar do - inevitável - breve pensamento forasteiro do desmerecimento verídico. E acabei, por fim, concedendo a minha própria liberdade para comigo. E posso sim, permanecer em estado de mutação permanente... Afinal, essa é a grande lei de viver onde vivemos. A mudança. E a imaculada essência de cada um.
A fria e silenciosa manhã aguardará as pegadas frescas na areia que beira o mar. E as águas infinitas do oceano já anseiam por sua recompensa fielmente esperada. Destino ou coincidência, acaso ou predestinação... O mundo continua girando. E a vida sempre dará suas voltas, não importando qual caminho o fizerem. Ou o tempo que levarem. O tempo (...).


Ólafur Arnalds @ Allt varð hljótt