Chove, chuva... traga o meu amor.

Encosto minha cabeça no travesseiro. São 17:03, ainda está claro lá fora. Fico olhando atravez da porta da varanda, sem focar em nada. Abraço com toda a força existente em mim o meu urso de pelúcia. Ah Max.. eu não seria nada sem você e seus abraços silênciosos, imóveis. As lágrimas vão cortando lentamente o meu rosto sem pedir permissão. Cada vez com mais intensidade. A dor no peito aumenta, a dor no coração torna-se constante. Fecho meus olhos, um erro. As imagens rodopiam em minha mente, a dor aumenta. Me deixo viajar nas lembranças... abraço o Max ainda mais. Sinto um roçar de lábios nos meus próprios. Permaneço de olhos fechados, com as lágrimas escorrendo sequencialmente por todo o meu rosto. Sinto um rosto encostando ao meu, exalando aquele perfume que já me é tão familiar, em tão pouco tempo. A dor aumenta. Dedos deslizam sutilmente em meu pescoço... um arrepio percorre minha espinha de ponta a ponta. Percebo uma respiração em sincronia perfeita com a minha. As lágrimas insistem em continuar rolando torrencialmente, não lembro mais qual era o motivo. Abro os olhos e recebo uma bofetada da realidade. Solidão. Junção de lembranças que provoca numa inexorável ilusão. A dor.. aumenta, torna-se profunda. Com o olhar vazio, sem rumo ou direção.. me perco. Meus devaneios são como estacas. Minha cabeça rodopia de dor, de confusão. De... amor. Não consigo admitir -ou deixar admitir- nem para mim mesma essa palavra: Amor. Fecho meus olhos e lembro de abri-los e me deparar com os seus, que pareciam tanto ler cada pensamento que me ocorria. Lembro-me também de seus dedos explorando as minhas mãos. Das suas mãos envolvendo a minha cintura, das minhas envolvendo seu pescoço... trazendo-me aquela sensação de que nada mais existe ou importa. Que o tempo está paralizado. E onde nós vamos parar? Não sei.


Fernanda Takai & Rodrigo Amarante @ O Ritmo de Chuva

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