Ruby. (22, 23/12/2009)

Antes eu tremia. Entrei na barca, após entrar - eis uma raridade - na igreja próxima a praça XV e me benzer. Tive uma "viagem" agradável, vendo a baía de Guanabara, pena que durou somente um período breve. Andei até a saída e comecei a caminhar para a UFF. Eu ainda tremia enquanto assinava meu nome na lista de presença do THE. Aos poucos a sala enchia, de garotas na maioria. Com o decorrer das 3 horas de prova, fiquei mais tranquila. Ao menos estava desenhando, o que me acalma normalmente. Olhava para os desenhos ao lado e sentia uma pontada de desespero. Elas desenhavam tão bem! Em alguns instantes me senti tentada a desistir e ir embora de uma vez. Mas permaneci, dei o melhor de mim e só me levantei com o som do sinal pairando no ar. Lá fora, ouvindo as pessoas enquanto passava, me senti um lixo. Comentários sobre coisas que eu não tinha nem pensado em fazer. Pensava estar preparada para a parte que eu realmente sei fazer. Vi que, na verdade, não estava. Manti a calma, não derramei lágrimas - embora quisesse muito. Queria mais do que tudo um abraço amigo. Me senti sozinha. Passava pela praça do Niemeyer, via a arquitetura magnifica dele e, para completar, amigos juntos, rindo. Casais felizes. Me senti pior, mas manti a compostura e continuei andando...
Na volta para o Rio vim pensando na minha vida. Nas realidades que pude ter certeza. Nas mudanças inesperadas. Minhas mudanças. Me sinto bem, por não ter motivos pro contrário, mas às vezes me vem um sensação de perda, por variados motivos. Sinto falta de elementos do passado, mas não do que eles implicam.

Mais um natal se aproxima. Há alguns anos perdi o encanto por essa época, ela sempre me remete a grandes nostalgias ligadas ou não a ela. Estamos em mais um final de ano, em mais uma sessão de dias fortemente providos de cargas emotivas. E, por mais que eu sinta que isso só poderá acontecer em no mínimo 8 meses, preciso de férias desse país. (Hold on.)
No momento me encontro no apartamento do meu pai, assistindo Juniper Lee e tomando Toddynho - pedindo alergia. Está calor e quero fazer algo hoje, darei um pulo o cyber e postarei isso no blog (esse caderno me salva, incrível). Não dará tempo de ir ao Jardim Botânico com o Renan hoje e nem dará pra almoçar com o Hugo, já que ele mora a 2 ruas daqui, mas tem prova hoje. Às 16h tenho que estar em casa pra voltar pra CF com meu pai. Faltam muuuitas coisas pra escrever aqui, mas deixo isso pra quando estiver na santa paz do meu quarto. Meu ingresso do Coldplay está comprado e me sinto mais feliz do que posso descrever! Apoteose que me aguarde em Fevereiro. Um feliz natal pra todos e pra mim também :)


Coldplay @ Viva la Vida

Esquadros.

"Coincidência. É o que tudo é. Nada mais que coincidência.
Tom finalmente aprendeu que não existem milagres. Não existem coisas como o destino. Nada está destinado a ser. Ele sabia. Ele tinha certeza disso agora. Tom tinha bastante certeza."


坂本龍 - Merry Christmas Mr.Lawrence

Reset.

Tudo tem propósito. Ou não. Tudo acontece sem o seu consentimento. Ou não. O teu futuro já está escrito, não importa o que tu faças para modifica-lo. Ou não.
Todos nós temos a séria mania de colocar a culpa de coisas boas e ruins no destino. Aliás, isso se chama comodismo e não uma simples mania. Comodismo de poder colocar a culpa dos próprios atos em alguma coisa fora se si mesmo. Não ter a coragem e o discernimento de assumir tudo o que decidiu fazer e fez. Toda ação tem uma reação. Frase realmente significativa.

Ontem/Hoje foi decididamente um dos melhores dias da minha vida, simplesmente pelo fato de ter sido o encerramento, em grande estilo, de todo um ciclo. Dancei mais do que achava ser capaz, bebi, gritei, sorri, me surpreendi e vi o sol nascer atravez da janela do táxi. E, falando por hoje, não me importo com o 'e daqui pra frente?'. Domingo tenho a prova da UERJ, sei que não irei bem nela, mas mesmo assim estou feliz. Hoje também percebi que não me importo com as opiniões alheias, o que importa é a minha opinião. Afinal, a responsabilidade é integralmente minha, e não de quem está assistindo do camarote ao lado.
Sabe o que é mais engraçado de tudo? É acordar e começar a rir do que você pensa ser um sonho, daqueles bem loucos que só uma mente insana pode criar. É olhar pro lado e ver um vestido jogado numa cadeira, uma bolsa semi-aberta na cômoda. É olhar pra pulseira prateada machada de Laguna Beach, pisar no chão e sentir a areia sujar seus pés. Nesse momento é que você para e começa a rir mais ainda, por lembrar de tudo num estalo só. Certas coisas acontecem só pelo simples fato de uma hipótese, mesmo que seja no fundo de um subconsciente distante. Certos fatos que você julgava banais.. que na verdade te surpreendem quando você tem o choque de realidade de que realmente aconteceram. Nem um e nem dois fatos.. mas toda uma junção deles. No mesmo dia, na mesma hora. Com pessoas diferentes, ou não.

Eu ainda acredito na teoria do destino, de que tudo é predestinado sim. Mas o que aconteceu, acontece e está pra acontecer somos nós mesmos que escolhemos, escrevemos. Nossas linhas tortas, incoerentes e sem nexo vão tomando forma. Quando você para e olha pra trás, já existe um novo capítulo concluído. E o que já foi escrito, infeliz ou felizmente, não pode ser apagado ou modificado.
Já o futuro...
vai saber.


The All-American Rejects @ Move Along