Fences.

Flutuando entre devaneios, sob meus sonhos, abaixo de várias (des)ilusões. Encontro-me pairando no meio de uma sala branca. Nela existem todas as incertezas que, geralmente, só eram vistas em minha mente - insana. Também estão aqui representados os meus desejos mais profundos, meus sonhos ainda imaculados. Inclusive os sonhos que nem eu mesma tinha devido conhecimento. Olho para os lados, vislumbro algo que aparenta ser uma linha do tempo, semelhante às representações dos professores de História em suas aulas. Chego a me sentir desorientada com a junção de tantos pontos que são provenientes do âmago de minha vida. Vejo onde se encontra o meu passado. Um pilha de caixas embolaradas, devidamente lacradas, em um canto obscuro da sala. Dirijo-me à elas e vejo um pequeno bilhete repousando em cima de uma delas. O qual continha a minha caligrafia regular - talvez um pouco mais aprimorada. Uma mensagem me alerta: "Tenha quanta curiosidade que desejar, abra e veja todo o conteúdo, se assim o desejar. Mas não poderás danificar - e muito menos levar - qualquer lembrança.". Olho para um passado cujo não conheço mais com tanta perfeição. Mas com conhecimento suficiente para não sentir saudades. E, na realidade, sem qualquer interesse de visualiza-lo, nem forma remota. Seria hipócrita de minha parte se negasse que desejo ardentemente queimar tal caixa que contém esse passado. Mas, como dito anteriormente, não estou autorizada a fazer tal inexorável - ou não - ato. (...)

Esfregar os olhos para espantar o sono. Enxugar os olhos para interromper o fluxo crescente de lágrimas. Pingar mil & um tipos de colírios à fim de limpar/curar os olhos. Tampar os olhos com as mãos para acabar com a dor provocada pela luminosidade do sol. Arregalar os olhos para manifestar surpresa. Estreitar os olhos para demonstrar dúvida/desconfiança. Piscar de maneira exclusivamente feminina para pedir algo à alguém. Fechar os olhos para pensar/dormir/descançar/flutuar. * Sorrir com os olhos. Transmitir sentimentos límpidos atravéz dos olhos. Olhar outros olhos minuciosamente. Olhos, olhares, olhos, olhar, olhando. Escuros misteriosos, castanhos gentis, claros/cristalinos intimidadores. Olhos. A porta de entrada para a estadia em outro ser vivo, em outra alma. Cumplicidade por olhares. E estrelas. Sim, estrelas. Aquelas que renovam cada olho existente. Sempre estrelas.


Just for tonight we'll keep on dancing...


Manna Mariam @ Just for Tonight (feat. Ville Valo)

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