Roda mundo, roda-gigante

Eu ja falei muito sobre encerramento de ciclos aqui. Acredito que, mesmo sem perceber, eu sempre dei muita importância pra quando coisas começam, quando acabam, quando mudam bruscamente e por aí vai.

Hoje vou falar de mais uma: a sensação de casa. 

Oficialmente me mudei em Abril, porém foi corrido (e quando mudanças não são corridas comigo?), levei 80% das minhas coisas e etc. Então não sentia que tinha mudado 100%. Em Julho voltei e peguei mais uma mala de coisas e resolvi algumas pendências/ burocracias. Agora cá estou eu pra pegar o resto do que ficou: alguns livros, cds e afins. E desde ontem quando estava vindo do aeroporto me bateu um aperto no peito e um estranho - porém já conhecido - sentimento de despedida e nostalgia. 

Eu vivi TANTA coisa nesse lugar, tantos acontecimentos importantes, tantos momentos bons e ruins. Contudo, o mais curioso é: por mais que eu esteja nostálgica e e me despedindo do que sinto ser um final de ciclo completo, ao mesmo tempo também sinto como se isso já não coubesse na minha atual história, algo que não me pertence mais há algum tempo - e no fim das contas é isso mesmo.

Eu olho pro apartamento 27, pro “meu” quarto e tudo continua familiar, porém não me cabe mais, assim como uma roupa que deixou de caber no nosso corpo.  Vou seguir carregando as memórias desse lugar comigo, mas ao mesmo tempo o curioso é que eu não me dei conta de que já tinha começado a me despedir dele durante esse processo dos últimos meses. 

Vou sentir saudades e nostalgia pois esse é um dos traços mais profundos da minha personalidade, mas vou embora tranquila sabendo que eu escolhi por essa mudança (e obviamente aqui não falo somente sobre casas em que moramos) e que isso foi exatamente o que eu queria/precisava/sonhava.

Seguimos.


Billie Eilish @ Blue