A Message

Há muito tempo não tenho nenhuma vontade de escrever de maneira despretensiosa, porém hoje apareceu um surto de criatividade - ou necessidade, vai saber. O último texto foi em 2015 e tanta coisa mudou desde então... chega a bater um cansaço mental só de pensar. Lembrar de 2015 chega a doer um pouco. Foi um ano relativamente tranquilo, sem grandes turbulências. Já 2016 foi a definição de turbulência. Ano difícil, em vários aspectos, com várias pessoas. E quanto mais ao fim ele chegava, pior ficava. Eu, como uma boa Alice, sempre acho que o ano novo tem algum certo poder, que as coisas tendem a mudar pra melhor após ele. Doce engano... 2017 tem sido, definitivamente, o ano mais difícil da vida até então. Tive o pior inferno astral possível, as piores mudanças e o surgimento de um sentimento lindo chamado ansiedade. Logo no momento em que eu deveria ter mais tranquilidade, perto de terminar o ciclo importante que é a minha faculdade. No projeto que eu mais queria me dedicar e destacar, contudo é aquilo: a vida é sempre uma caixinha de surpresas. Tranquilidade foi o que eu não tive. Entre crises de ansiedade, noites mal dormidas, faltas em matérias/provas, atrasos em prazos importantes e muito choro, chega a ser impressionante o tamanho da força que a gente tira sabe-se lá de onde. Consegui entregar meu TFG, consegui respirar um pouco mais nesses últimos 2 meses e estamos levando a vida como dá. 

Penso que esse furacão de acontecimentos, pelo menos, serviu pra dar mais valor a certas coisas - e certas pessoas. Meu namorado chega a ser um santo de tanto que eu falei/falo dos meus problemas, de tantas barras (pesadas) que ele me ajudou a segurar nesse tempo e de todo suporte que tem dado. Não existem palavras no mundo que sejam suficientes para agradecer. E a Fernanda, a Beth e meu próprio pai, que conseguiram me tranquilizar de alguma forma nos piores momentos. 

Já escrevi aqui que eu às vezes me impressionava com o tamanho da minha força em certos momentos difíceis que já tive. Depois de 2016 e dessa metade de 2017 eu realmente mereço medalhas de honra por ela... Tiveram alguns dias que eu tive os piores pensamentos possíveis, as piores prospecções e os piores sentimentos, mas de alguma forma encontrei algo ou alguém pra me segurar, pra me ajudar a andar, pra continuar apesar de tudo. E a conseguir ver alguma luz no fim do túnel, pra constatar que a vida não para, mesmo que certas pessoas tentem parar por você. No fim das contas, por mais que a gente tente ajudar nos problemas alheios, por mais que a gente ame e se importe com as pessoas, quando isso interfere no seu próprio bem estar chega aquela hora em que sim, você tem que colocar um lado egoísta pra fora e priorizar o próprio bem estar. Eu ultrapassei um limite próprio por outra pessoa e acabei me deixando levar pro mesmo buraco que ela, sempre na tentativa de ajudar o próximo. Limites são importantes e eu aprendi que às vezes é vital respeita-los. Eu ultrapassei meu limite sim, mas aprendi a retroceder e me colocar em primeiro plano. 

Espero, desejo, rezo, oro pra que esse segundo semestre de 2017 seja mais tranquilo. Desejo que tudo encontre seu lugar certo, que as pessoas pensem mais no que causam na vida das outras, que exista mais empatia. E nesse momento você vê que tudo que parecia estar de cabeça pra baixo nada mais é do que uma nova perspectiva da vida. As coisas mudam, as pessoas mudam, os sentimentos mudam. Mudanças acontecem e, por mais que sejam difíceis, eu escolho continuar acreditando que elas são sempre pra melhor. Tudo está melhorando aos poucos e também aos poucos tudo começa a se encaixar de novo. É, 2017... você veio pra balançar a gente, mas nós já somos experientes em balançar junto, sem nunca deixar a peteca cair. 

A gente sempre aguenta.


Coldplay @ Adventure Of A Lifetime

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